terça-feira, 19 de julho de 2016

Cine Líbero Luxardo faz maratona da Trilogia Before, com entrada franca

 (por Dedé Mesquita)

Uma das trilogias mais queridas do cinema mundial não tem um único efeito especial, como é de costume de outras trilogias cinematográficas como “Star Wars”, “De Volta Para o Futuro” ou até mesmo “Os Caçadores da Arca Perdida”. Aliás, nessa trilogia, o único ‘efeito especial’ é “a vida e nada mais”. Ora, ora, estamos falando da “Trilogia Before”, uma alusão ao termo em inglês para “antes”.
O Cine Líbero Luxardo, do Centur, passa exibir nesta segunda-feira, 18, com entrada gratuita essa trilogia tão querida: “Antes do Amanhecer”, “Antes do Pôr do Sol” e “Antes da Meia Noite”, com direção de Richard Linklater, e colaboração dos dois atores dos filmes, Julie Delpy e Ethan Hawke.
A programação é seguinte: segunda-feira, 18, às 19h, “Antes do Amanhecer”, na terça, 19, às 19h, “Antes do Pôr do Sol”, na quarta, 20, às 19h, “Antes da Meia-Noite”, na quinta-feira, 21, Maratona da Trilogia Before, às 16h, “Antes do Amanhecer”, às 18h, “Antes do Pôr do Sol”, e às 20h, “Antes da Meia-Noite”. Tudo com entrada franca.
Oportunidade mais que rara é essa de ver todos os filmes juntos. A trilogia concebida por Linklater, diretor também de filmes como “Boyhood”, é inspirada em um encontro do diretor com uma garota chamada Amy Lehraupt, em 1989, que morreu antes do começo das filmagens do primeiro longa metragem do que se tornaria uma série, mais tarde. O encontro em uma loja de brinquedos, durante uma viagem, proporcionou uma noite de caminhada e diálogos sobre “arte, ciência, filmes e coisas”.
A trilogia mostra a história do casal Jesse e Celine, ele, americano, e ela, francesa, abordando o acaso dos encontros, em diálogos sobre o verdadeiro significado do amor.
O primeiro filme é de 1995, e mostra quando o casal se conhece em um trem e decide passar a noite em Viena, na Áustria. Como não sabem se terão a chance para se ver novamente, decidem passar as 14 horas que lhes restam juntos.
O segundo filme é de 2004, e tem a colaboração do roteiro dos dois atores. Desta vez, a história se passa em Paris, quando eles se reencontram, no lançamento do novo livro de Jesse, que conta alguns detalhes daquele primeiro encontro na Áustria. Como eles têm poucas horas para ficarem juntos, passeiam pela capital francesa enquanto contam sobre suas experiências nesses últimos anos.
O último filme é de 2013, quando os dois já estão casados, são pais de duas meninas gêmeas e estão de férias na Grécia. Mais velhos e diante da rotina avassaladora, os dois mantêm os diálogos afiados, porém, agora, se debruçam muito mais sobre a realidade de um relacionamento maduro e permeado por diversas crises.
E é assim que os três filmes se desenrolam. Com diálogos totalmente calcados na realidade de muitos casais, ou seja, nas relações que surgem quando duas almas se reconhecem e decidem que ficar juntos é possível.
Como Jesse, entre a Áustria e França, havia voltado para os EUA, ele acabou por casar com a namorada que tinha na faculdade e teve um filho com ela. Já Celine voltou a Paris, mas não consegue manter um relacionamento sério com nenhum dos namorados. O encontro dos dois em Paris é decisivo, e é quando Jesse percebe que a vida dele é ao lado da francesa.
O segundo filme é considerado por muitos como o melhor dos três. É aquele momento de muitas decisões e, por isso, os diálogos entre o casal são mais carregados na emoção. Isso, sem falar que tudo o que eles vivem tem Paris – a Cidade Luz - como cenário e isso tem um peso maior.
O diretor Linklater colocou sempre dez anos separando os filmes. Quem sabe se em 2023 não veremos novamente Jesse e Celine em algum lugar do Planeta e já às voltas com o namoro do filho de Jesse? Mas o que importa é que com essa trilogia é possível ver que histórias reais, como as que vivemos no nosso dia a dia, podem – e devem estar – retratadas no cinema, sem retoques, sem exageros, sem ilusões, e apenas baseadas em momentos que qualquer um já viveu ou viverá um dia.

Um comentário:

Alex disse...

Gostei de ver o cinema libero lotado para ver a trilogia e a maoria era de pessoas jovens.

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