segunda-feira, 25 de julho de 2016

Cine Olympia apresenta:
"PICKPOCKET: O BATEDOR DE CARTEIRAS"
De: Robert Bresson

Bresson antecipa um sentimento que se tornaria fortíssimo no cinema pós-maio de 1968: a errância distópica de Profissão Repórter, Badlands e O Último Tango em Paris. Aqui, porém, o reencontro com a epifania é mais do que possível; ele pode ser produzido pela arte. Michel vivenciou o sublime por três minutos, e percorreu os mais estranhos caminhos para encontrá-lo novamente. Leia mais em www.revistacinetica.com.br/pickpocket.htm

No Cine Olympia. Até 3 de agosto, às 6 e meia da tarde (exceto segunda, 25). Entrada franca. Apoio: Cinemateca Francesa
Projeto Cinema & Música apresenta:



O CORCUNDA DE NOTRE DAME, de Wallace Worsley



Hollywood durante a década de 20 era muito reticente quanto ao cinema de horror. Diferente do que vinha sendo feito na Europa, onde alguns clássicos do gênero já haviam despontado como O Gabinete do Dr. Caligari e Nosferatu – Uma Sinfonia de Horror, na terra do Tio Sam o gênero era pouco ou quase nada explorado. Foi nesse cenário que dois nomes fizeram história, começando por O Corcunda de Notre Dame: Lon Chaney e Carl Laemmle.  Leia mais em 101horrormovies.com/2012/11/08/6-o-corcunda-de-notre-dame-1923

1923. P&B / Mudo / 95 min.  Baseado na obra de Victor Hugo.


Nesta terça, 26, às 6 e meia da tarde. Acompanhamento musical: Paulo Campos de Melo. Entrada franca. 
Cineclube da ACCPA apresenta: O Cinema de Roberto Rosselini

EUROPA 51. Com Ingrid Bergman


Entrevistado na época do lançamento de Europa 51, Rossellini explicou que seu filme denuncia uma divisão no mundo: entre aqueles que desejam salvar a fantasia e aqueles que desejam destruí-la. Todos nós temos, explicou Rossellini, um lado brincalhão e outro que é seu exato oposto. O cineasta acreditava que nossa tendência é esquecer o lado brincalhão, o que pode levar a graves consequências, pois o mundo da fantasia aí contido perde cada vez mais espaço para uma visão mais concreta da realidade. Sucumbiria então o sentimento de humanidade, criando um robô que seria capaz de pensar eliminando seu lado humano. Leia mais em
http://cinemaitalianorao.blogspot.com.br/2010_04_01_archive.html

Segunda, 25 de julho, às 7 da noite, no Cineclube Alexandrino Moreira – Casa das Artes. Entrada franca e debate após a exibição

terça-feira, 19 de julho de 2016

Cine Líbero Luxardo faz maratona da Trilogia Before, com entrada franca

 (por Dedé Mesquita)

Uma das trilogias mais queridas do cinema mundial não tem um único efeito especial, como é de costume de outras trilogias cinematográficas como “Star Wars”, “De Volta Para o Futuro” ou até mesmo “Os Caçadores da Arca Perdida”. Aliás, nessa trilogia, o único ‘efeito especial’ é “a vida e nada mais”. Ora, ora, estamos falando da “Trilogia Before”, uma alusão ao termo em inglês para “antes”.
O Cine Líbero Luxardo, do Centur, passa exibir nesta segunda-feira, 18, com entrada gratuita essa trilogia tão querida: “Antes do Amanhecer”, “Antes do Pôr do Sol” e “Antes da Meia Noite”, com direção de Richard Linklater, e colaboração dos dois atores dos filmes, Julie Delpy e Ethan Hawke.
A programação é seguinte: segunda-feira, 18, às 19h, “Antes do Amanhecer”, na terça, 19, às 19h, “Antes do Pôr do Sol”, na quarta, 20, às 19h, “Antes da Meia-Noite”, na quinta-feira, 21, Maratona da Trilogia Before, às 16h, “Antes do Amanhecer”, às 18h, “Antes do Pôr do Sol”, e às 20h, “Antes da Meia-Noite”. Tudo com entrada franca.
Oportunidade mais que rara é essa de ver todos os filmes juntos. A trilogia concebida por Linklater, diretor também de filmes como “Boyhood”, é inspirada em um encontro do diretor com uma garota chamada Amy Lehraupt, em 1989, que morreu antes do começo das filmagens do primeiro longa metragem do que se tornaria uma série, mais tarde. O encontro em uma loja de brinquedos, durante uma viagem, proporcionou uma noite de caminhada e diálogos sobre “arte, ciência, filmes e coisas”.
A trilogia mostra a história do casal Jesse e Celine, ele, americano, e ela, francesa, abordando o acaso dos encontros, em diálogos sobre o verdadeiro significado do amor.
O primeiro filme é de 1995, e mostra quando o casal se conhece em um trem e decide passar a noite em Viena, na Áustria. Como não sabem se terão a chance para se ver novamente, decidem passar as 14 horas que lhes restam juntos.
O segundo filme é de 2004, e tem a colaboração do roteiro dos dois atores. Desta vez, a história se passa em Paris, quando eles se reencontram, no lançamento do novo livro de Jesse, que conta alguns detalhes daquele primeiro encontro na Áustria. Como eles têm poucas horas para ficarem juntos, passeiam pela capital francesa enquanto contam sobre suas experiências nesses últimos anos.
O último filme é de 2013, quando os dois já estão casados, são pais de duas meninas gêmeas e estão de férias na Grécia. Mais velhos e diante da rotina avassaladora, os dois mantêm os diálogos afiados, porém, agora, se debruçam muito mais sobre a realidade de um relacionamento maduro e permeado por diversas crises.
E é assim que os três filmes se desenrolam. Com diálogos totalmente calcados na realidade de muitos casais, ou seja, nas relações que surgem quando duas almas se reconhecem e decidem que ficar juntos é possível.
Como Jesse, entre a Áustria e França, havia voltado para os EUA, ele acabou por casar com a namorada que tinha na faculdade e teve um filho com ela. Já Celine voltou a Paris, mas não consegue manter um relacionamento sério com nenhum dos namorados. O encontro dos dois em Paris é decisivo, e é quando Jesse percebe que a vida dele é ao lado da francesa.
O segundo filme é considerado por muitos como o melhor dos três. É aquele momento de muitas decisões e, por isso, os diálogos entre o casal são mais carregados na emoção. Isso, sem falar que tudo o que eles vivem tem Paris – a Cidade Luz - como cenário e isso tem um peso maior.
O diretor Linklater colocou sempre dez anos separando os filmes. Quem sabe se em 2023 não veremos novamente Jesse e Celine em algum lugar do Planeta e já às voltas com o namoro do filho de Jesse? Mas o que importa é que com essa trilogia é possível ver que histórias reais, como as que vivemos no nosso dia a dia, podem – e devem estar – retratadas no cinema, sem retoques, sem exageros, sem ilusões, e apenas baseadas em momentos que qualquer um já viveu ou viverá um dia.

domingo, 17 de julho de 2016

Cineclube da ACCPA apresenta: O Cinema de Roberto Rosselini


EUROPA 51. Com Ingrid Bergman



Como explicar o vazio da vida e a necessidade de fazer algo por outros/nós? É esse o dilema/drama da personagem de Ingrid Bergman.
E Rossellini traduz isso em mais que um filme. Na verdade, “Europa 51” acaba por ser um manifesto humanista sobre os dramas de valores da Europa e das “Europas”, seja em 51 ou qualquer ano anterior ou posterior. Mas mais importante, é que Rossellini faz do filme um autêntico mandamento religioso-social-moral. Leia mais em 

Segunda, 25 de julho, às 7 da noite, no Cineclube Alexandrino Moreira – Casa das Artes. Entrada franca e debate após a exibição
Cine Olympia apresenta

O BOULEVARD DO CRIME, de Marcel Carné

Produzido em circunstâncias difíceis durante a Ocupação, o filme focaliza os infortúnios do amor e a Paris romântica e misteriosa do tempo de Louis-Philippe, mostrando as relações entre a vida e a arte. Por exemplo, no quadro “O namorado da lua”, no meio do qual Baptiste vê nos bastidores Lemaître beijando Garance e ele para repentinamente. 
A realidade se confunde com a representação, o palco com a vida e a vida repete os dramas vividos no palco, segundo o conceito shakespereano (em Como Gostais, ato II, cena VII). Leia mais em www.historiasdecinema.com/2016/06/tributo-a-marcel-carne/
Até 20 de julho, às 18h. 

Entrada franca. Parceria: Aliança Francesa Belém.

domingo, 3 de julho de 2016



Cineclube da ACCPA apresenta:


STROMBOLI, de Roberto Rosselini, Com Ingrid Bergman.




Rossellini filma a vida na remota ilha e, quase como se documentasse em tempo real, mostra-nos momentos marcantes do quotidiano, como a pesca do atum, a erupção vulcânica (que aconteceu de facto durante as filmagens), ou a fuga dos habitantes para os barcos até o vulcão acalmar. Neste contexto Rossellini filma a história de uma mulher, que vem viver para a ilha sem saber o que a espera. Leia mais em
https://ajanelaencantada.wordpress.com/2013/11/22/stromboli-1950/


No Cineclube Alexandrino Moreira. Nesta segunda, às 7 da noite.  
Entrada franca. Debate após a exibição.

sábado, 2 de julho de 2016

O Cinema de Roberto Rosselini




Cineclube da ACCPA apresenta:
Dia 04/07/16
O Cinema de Roberto Rosselini
"Stromboli"(1950)
Com Ingrid Bergman.
Sinopse: Na Itália, após o fim da 2ª Guerra Mundial, Karen (Ingrid Bergman), uma lituana, se casa com um pescador, Antonio (Mario Vitale), para deixar de viver em Farfa, um campo de concentração, pois não conseguiu um visto de emigração para a Argentina. Porém a vida na aldeia de Antonio, que fica numa ilha no Mediterrâneo aos pés do vulcão Stromboli, é bastante dura. Karen não consegue se acostumar a isto, fazendo-a entrar em conflito com o marido e a população local.
Local: Cineclube Alexandrino Moreira
Horário : 19 h
Entrada franca
Debate após a exibição

LEMBRANDO OS CINEMAS 1 E 2



Em 28 de junho de 1979 os cinemas I e II abriam suas portas. Alexandrino Moreira realizava um velho sonho, ele que na juventude foi projecionista do único cinema de sua terra natal, Itaúna(MG),e locutor de radio com programa dedicado a cinema(além de levar atores & cantores ao interior mineiro). Eu o acompanhei e o estimulava, pois na época mantinha um cineclube que atuava simultaneamente no Cine Guajará (Base Naval), Grêmio Literário Português (ambos com películas de 35mm) e auditório do Curso de Odontologia da UFPa(16mm).
A meta era trazer filmes de qualidade artística. Daí a empresa criada para administrar as casas chamar-se Cinema de Arte do Pará Ltda. O sucesso foi tanto que seguiu-se o Cinema 3 em 1989, duas salas no shpping Castanheira(as primeiras de shopping em Belém) e duas no espaço Doca (hoje shopping).
O Cinema 1 inaugurou com “Chuvas de Verão”, drama de Carlos (Cacá) Diegues. O cineasta veio à Belém com om roteirista Lepoldo Serran, tomar parte na festividade de abertura. O Cinema 2 contou com “Dersu Uzala” de Akira Kurosawa.
Eu programei os cinemas por mais de dois anos. Inclusive fazendo a publicidade para jornal. Mas não se podia alimentar aqueles espaços só com os clássicos de cineclube. Fechou-se contrato com a Columbia Pictures que na época saíra do concorrente Severiano Ribeiro. Mesmo assim havia brecha para obras raras de distribuidoras que não atingiam o Pará como a Sul e a Franco-Brasileira.
Os cinemas continuaram com a Cinema de Arte até o final do século quando a forte concorrência e a chegada de empresas nacionais como a Moviecom, forçaram o encerramento das atividades.
Ah sim: ainda existiu a locadora de vídeo Cinema IV, que Marco Antonio Moreira, filho de Alexandrino, passou a dirigir com a sua irmã Sandra.
Hoje a lembrança desse tempo é banhada de saudade. Mas ainda estamos ativos, mesmo com AGM (como Alexandrino se assinava) em outra vida. Cinema, afinal, corre nas veias. De minha parte é a vez do “Monstro” que cito no livro de memorias “O Médico Direito e o Monstro Cinematográfico” a ser lançado em agosto.(Pedro Veriano)

O AMIGO HINDU


O AMIGO HINDU
Plenamente compreensível o fracasso das exibições locais de “Meu Amigo Hindu”(2015) o filme de Hector Babenco. Só agora tive acesso a ele em cópia dvd. O roteiro é uma espécie de expiação do sofrimento que o cineasta sofreu com sua doença e tratamento. Portador de um linfoma, teve de fazer implante de medula óssea apelando para um irmão doador com quem não mantinha boa relação. E o longo trajeto entre hospital e espaço de convalescência, evidenciando o desnível na relação sexual, além da forte impressão de que caminhava para a morte, ganha a correspondência em imagens apoiando-se especialmente no ator Willem Dafoe, realmente bem colocado no que se exige do tipo.
Mas o filme é excessivamente particular, e as prioridades de lembranças seguem não o quadro clinico, mas o afetivo, tentando expor os sentimentos do enfermo, não oferecem embasamento para uma trama de cinema comercial. Nem chega perto do esboço da incomunicabilidade pintado por Antonioni em seus filmes mais festejados. Até mesmo a inclusão de uma figura que representa um enviado da morte(papel do ator Selton Mello), passa sem profundidade.
“Meu Amigo Hindu”é tão carente que o próprio titulo, com base em um menino que o doente vem a conhecer e que faz de confidente, não ganha a profundidade capaz de justificar a eleição de melhor lembrança.
Babenco é um argentino naturalizado brasileiro que entre nós fez bons filmes. Seu “Carandiru” saiu agora em nova edição dvd. Refeito do câncer, tenta a volta por trás das câmeras com muita pretensão. É compreensível o seu trabalho e sua sinceridade. Mas não comunica. Nem com os críticos que pedem cinema profundo sem exceção. Creio que dito assim compreendo o motivo de poucos espectadores por aqui no “Estação” e mesmo assim abandonando a sala antes do final ou saindo comentando a “chatice”.
Nem sempre apenas o que se sente possa ganhar filme. Há de se notar o que os outros também sintam.(Pedro Veriano)

CINE LÍBERO - 30 ANOS



CINE LÍBERO - 30 ANOS
Eu fui o primeiro programador do cinema Libero Luxardo(Centur). Na época era médico da Secretaria de Saúde e fui emprestado para a Secretaria de Cultura. Lembro de que a sala inaugurou com um documentário sobre Tancredo Neves politico que deu nome ao espaço cultural. O nome da sala para exibição de filmes (e também teatro) veio do então Secretario de Cultura, Acyr Castro. Como nesse tempo(1986) eu ainda mantinha o CineClube APCC que atuava simultaneamente no Cine Guajará da Base Naval, Grêmio Português e auditório do Curso de Odontologia da UFPa, conseguia bons contatos com as distribuidoras de filmes. Não existia dvd, engatinhavam as fitas vhs, e projeção digital era ficção cientifica. Pagava frete de filmes em 35mm . Às vezes o frete aéreo era mais caro do que o aluguel do filme., Mas como eu tinha credito nas filiais de distribuição e ainda mantinha coluna e pagina de cinema, dava para manter sessões cineclubinas que normalmente saiam de meu bolso. Programando o Libero, arrisquei meu prestigio, pois o pagamento das faturas era burocrático, atrasava e ainda tinha de cancelar títulos que entravam na programação de peças teatrais, fato que me fez renunciar a tarefa de programador dois anos depois.
Lembro de muitos filmes exibidos nos primeiros anos. Conseguia copias que as salas comerciais não queriam, como “Crimes e Pecados” de Woody Allen, e conseguia mostras de diversos países, a exemplo de uma da Polônia que contou com a presença do adido cultural da embaixada daquele país chamado Eugeniusz Zadusrski.
Bem, dos meus anos programando o cineminha que levou o nome de uma pessoa que eu conheci de perto, lembro com emoção momentos como um festival da Atlântida que consegui diretamente com Severiano Ribeiro em raras copias de 35mm. A abertura com uma palestra de Olavo Lira Maia, que foi Secretario de Cultura e amigo da família de Oscarito, foi sensacional. Um grupo de teatro armou a cena de um carnaval atirando no publico confete e serpentina.
Exibi raridades como “Berlim Alexanderplatz” de Fassbinder, dividido em partes que cobriam mais de 8 horas. E atendendo a estudantes, programava filmes de livros solicitados no exame vestibular como “Menino de Engenho”e “Capitu”. Era tanta gente que houve um acidente quebrando-se a porta de entrada.
Hoje a sala comemora 30 anos. O programa que recebi não é nem de longe o que se mostrou. Penso que do grupo só estão “Vá e Veja” e “Morte em Veneza”. Mas é certo que se deve passar coisas novas. Vale o esforço mas vale principalmente a programação de rotina que traz o que as nossas salas comerciais desprezam. Agora com projetor digital a locação é mais tranquila embora as distribuidoras, sempre ávidas por lucro, cobrem uma garantia mínima da venda de ingresso que muitas vezes só se paga com dinheiro da casa. Enfim, é o espaço de cinema-cultura que a não chega às salas de shopping, cada vez maiores em numero e sempre lembrando onde estão, ou seja,um detalhe de consumo, ou um parque de diversões.
Luxardo ficaria satisfeito vendo o cinema que leva o seu nome persistindo por 30 anos. Que somem outros tantos e tantos são os meus votos. (Pedro Veriano)

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